domingo, 28 de novembro de 2010

Nothing.

Não sai nada. Nenhum pensamento, nenhuma idéia, nenhum assunto, nada de nada! Ando completamente vazia quando o sentido é me expressar, me expor, em palavras. Nem aquelas frases subentendidas andam se formulando para serem escritas. Na verdade, talvez eu não tenha mesmo o que escrever sobre amor, ódio, mágoa e saudade; coisas que sempre escrevi. Talvez eu nem sinta mais determinados sentimentos que transbordavam em meu interior. Ou talvez sinta, mas com uma intensidade bem menor. E digo mais, essa mudança (se posso chamar de mudança) foi pra melhor e veio na hora certa. Não que eu não goste de sentir, não. Muito menos que eu não vá sentir de novo, também não, porque sei que vou. Mas quando você passa a deixar de lado certas coisas e passa a entendê-las como algo que vai chegar a hora que tiver que chegar e começa a rever suas prioridades.. Ah! Isso é ótimo! E me desculpem os que acham isso errado (na verdade, pouco me importa), mas eu sou minha prioridade agora, e nunca havia me sentido tão bem e tão feliz comigo mesma. Com a vida.

domingo, 14 de novembro de 2010

Eu, modo de usar:

"Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!"


Martha Medeiros

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Lista de presentes.

E as vezes o silêncio dos olhos mente. Até mesmo aquele sorriso sem muita graça se esconde. As caretas forçadas são disfarces para não se refugiar na tristeza. E aquele mundo que faz rir e anima um pouco, incomoda as pessoas que ainda ama. Não deveria ser tão dificil pedir carinho. Não deveria ser tão normal chorar. Não deveria ser permitido crescer. Mas mesmo assim, as coisas acontecem sem que haja percepção delas. E seja forte, você precisa superar as dificuldades da vida. Mas como ser forte? Quando se vê o tempo já acabou, o dia já se foi e tudo aquilo que você planejou, desmorona. Algumas migalhas de alegrias no seu dia a dia. As formas estranhas de contato com quem você gosta. Os momentos futéis e materialistas, que todo mundo tem e finge que não gosta. Aqueles elogios bobos de quem você nem conhece, que faz com que você sinta uma segurança a mais. Isso tudo atinge e faz mal à alguém. E chega uma hora que nada mais se encaixa. E quando você mais quer estar bem, é justamente quando o seu teto desaba. Eu não preciso de palavras de consolo, talvez um ombro, para que eu pudesse encostar e despejar ali resíduos e más substancias da minha consciência, ou algum ouvido paciente. Não exijo amores, apenas um amor, bem dado, bem recebido, bem valorizado, bem compreendido. Não quero milhões de amigos, apenas os poucos e bons. Não quero todo o tempo do mundo, apenas um pedacinho dele, para poder ficar sozinha um pouco, trancada no meu próprio mundo, deitada num canto qualquer, sem pensar em nada de tão importante. Está aí, uma boa lista de presentes. Estou aceitando, obrigada!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

About the future.

- Aonde você quer chegar? - Ela teve inúmeros raciocínios dos tantos sonhos, planos e desejos que já tinham ocorrido em sua lunática mente.
Mas limitou-se a dizer:
- Eu não sei, não gosto muito de fazer planos.

A indecisão e o medo do incerto aumentam a vontade de que o "não gostar de fazer planos" fosse mesmo verdade. Mas ela sabe que não é.

E sempre volta a planejar o seu futuro instável...